O líder das forças islâmicas na Síria, Abu Mohammed al-Jolani, declarou que o objetivo da ofensiva relâmpago no país é derrubar o regime do presidente Bashar al-Assad.
Naquela que é a sua primeira entrevista em anos, o responsável do principal grupo que lidera a oposição armada na Síria explicou que o objetivo é criar um governo baseado em instituições e “escolhido pelo povo”.
Abu Mohammed al-Jolani disse ainda que o Hayat Tahrir Al-Sham (HTS) – um grupo que foi formado a partir de um antigo afiliado da Al Qaeda – pretende “construir a Síria” e trazer de volta os refugiados sírios do Líbano e da Europa.
“As sementes da derrota do regime sempre estiveram dentro dele… os iranianos tentaram reavivar o regime, ganhando tempo, e depois os russos também tentaram apoiá-lo. Mas a verdade permanece: este regime está morto”, asseverou.
No terreno, as forças dos grupos extremistas islâmicos na Síria avançaram em direção a Homs e estão a cinco quilómetros da terceira cidade do país, depois de terem tomado o controlo da cidade de Hama, na quinta-feira.
Al-Jawlani dirigiu-se, na quinta-feira, à população de Homs, cidade mais a sul que liga Alepo a Damasco, avisando que a “vossa hora chegou”.
Nas últimas horas, os rebeldes liderados pelos extremistas islâmicos do HTS "entraram nas cidades de Rastan e Talbisseh", situadas na província de Homs, na ausência total das forças do regime.
Dezenas de milhares de pessoas estão a fugir de Homs com receio de que os rebeldes continuem a avançar em direção a Damasco. Homs é uma cidade estratégica que liga a capital à costa do Mediterrâneo, um reduto político de Assad e a chave para sua permanência no poder.
Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), uma organização não-governamental com sede em Londres, vários caças atacaram uma ponte numa estrada que liga Homs e Hama para tentar retardar o avanço dos rebeldes.
Os rebeldes sírios liderados pelos extremistas islâmicos lançaram uma ofensiva surpresa a partir do reduto em Idlib contra o Governo de Bashar al-Assad na semana passada.
Segundo o OSDH, o conflito já fez mais de 800 mortos.
c/agências